quarta-feira, 12 de março de 2008

INCANCELLABILE - Cap. 9 Parte 2

Bank of América
30 de setembro de 2004


Sawyer estava no seu escritório atendendo uma ligação internacional. Carmen uma colega de trabalho bate de leve na sua porta abrindo em seguida.


- Hold on. Sawyer tapa o receptor do telefone.
- Desculpa, James mas tem uma cliente querendo falar com você. Vai demorar? Se quiser posso mandá-la voltar mais tarde ou tentar convencê-la a ver outra pessoa.
Sawyer sabia quem era.
- Não, apenas peca para ela aguardar uns 10 minutos estou quase terminando.
- Ok. E deixou a sala. Sawyer retornou a sua ligação.

15 minutos depois...

- Sra. Smith , prazer em vê-la. Carmen, obrigada.
Assim que sua colega deixou a sala, Sawyer sorriu maliciosa para uma Cassidy muito empolgada a sua frente.
- Ola, querido. Vamos ao que interessa?


A visita de Cassidy não era por acaso, Sawyer tinha a intenção de mostrar a ela todo o planejamento para a execução do golpe contra Kate. Estava quase tudo pronto e de outubro certamente não passaria.

Estúdios da ABC
Mesmo dia
2 PM

Kate estava ocupada reescrevendo a crônica que iria ao ar no jornal noturno que seria gravado daqui a 2 horas. Justin, o outro ancora, aproximou-se dela.
- Hey, Kate conseguiu terminar?
- Quase...
- Ah, sei que você vai escrever algo muito bom para eu arrasar hoje.
- Justin, sem pressão.
- Ah, e desde quando isso a atinge? Você e a rainha da pressão!
Kate deixou o caderno de lado e dirigiu o olhar para seu colega.
- Você esta melhor? Como vão as coisas com o Kevin?
- Não muito boas, ele ainda acha que eu o trai. Homens!
Kate riu. Como se ele não fosse um deles.
- E você, como esta? Já decidiu o que vai fazer com o seu marido?
- Ainda não, mas ninguém me convence de que ele não esta me traindo. Alem disso, eu...
- Já sei, você não o ama mais. Relaxa, e só uma questão de tempo ate você descobrir ou decidir sua situação de vez. Você e inteligente! Vai sair dessa numa boa.
- Obrigada, Justin. Você e um amor.
Ele piscou para ela e levantou-se.
- Agora, volte ao trabalho! Se você não terminar esse texto sou uma “moça” morta.


Kate ficou rindo sozinha. De todas as pessoas com quem trabalhava, ele era o único que ela conseguia confiar seus segredos, era um amigo e ela realmente gostava dele, se identificava com ele, talvez o fato dele ser gay tenha ajudado, afinal ele também estava numa fase sofrida do seu relacionamento. Com o olhar vago, deixou as lembranças invadirem sua mente...

FB – Vegas 2001

Jack havia se levantado e ido ao banheiro. Ela permanecia deitada ainda sob o efeito do ultimo orgasmo. Não percebeu que ele voltou e sentou-se a seu lado. Tocou-lhe o rosto. Ela sentou-se de frente para ele. Sorria. Beijou-o novamente e deixou os dedos deslizarem pela tatuagem. Passou a examiná-las.
- O que foi?
- Porque as tattoos?
- Algum problema?
- Não, eu gosto. Meio hardcore, sexy também. Eu já pensei em fazer uma...
- Verdade? Ou você esta dizendo isso somente porque eu tenho?
- Não, e serio.
- O que seria, qual desenho você escolheria?
- Algo marcante e significativo. Talvez uma palavra, ou um símbolo.
- Ia ficar muito linda e sensual em você.
Ele começou a mordiscar o lóbulo da orelha dela. Ela soltou um gemido.
- Você ainda...ele apertou levemente um dos seios dela. Outro gemido. Sussurrou pra ela.
- O que?
- As tatoos....porque?
- Rebeldia... e com um rápido movimento a deitou na cama a cobrindo de beijinhos ouvindo o som gostoso da risada dela.

Kate suspirou e limpou as lagrimas que molhavam o rosto. Escolhas, as bifurcações da vida. Ela estava prestes a fazer mais uma importante na sua vida. Por fim, baixou a cabeça e voltou a escrever.

*********

O telefone de uma rede como a ABC nunca parava e agora mais que nunca. Claire, uma das recepcionistas e operadoras da rede apesar de ganhar um salário mixuruca adorava sua função. Ela podia saber que famoso procurava por quem, qual o campeão de cartas e quem recebia mais ligações. Nesse campo Kate Austen era seguramente a campeã.


Todos os dias Claire atendia pelo menos cinco ligações procurando por ela. Sejam revistas, jornais e outros programas de televisão querendo entrevista-la ou uma sessão de fotos, como também vários fans que se diziam conhecidos, namorados ou coisa pior. E incrível como existem homens bestas por esse mundo afora. Ate parece que a Kate ia ficar dando corda para qualquer um. Alem do mais ela e casada!
Mais uma vez, o toque insistente.


- Estúdios ABC de jornalismo. Claire falando. Como posso ajudar?
- Ola, Claire. Gostaria de falar com Kate Austen por favor.
- Quem gostaria?
- Jack Shepard.
- Sr. Shepard, trabalha em alguma revista?
- Não, eu só a conheço. Preciso falar com ela.
- Certo, você e L.A. inteira.
- Por favor, eu realmente preciso falar com ela, eu sou amigo dela. Basta perguntar a Kate.
- Ok, escute bem. Você e mais um cara que liga para a emissora se dizendo amigo, namorado ou parente de Kate então por favor espero que essa seja a sua ultima ligação para cá. A propósito, ela e casada!


Claire automaticamente desligou o telefone revirando os olhos.


Aquelas palavras ecoaram varias vezes nos ouvidos de Jack fazendo seu sangue esfriar. Por um instante parecia que tinham lhe roubado o chão. O telefone caíra da sua mão e tudo o que se ouvia era o sinal de ocupado e as batidas do seu coração.

***********

Naquela noite ao assistir o jornal, tudo que Jack podia pensar ao olhar para Kate era como ele poderia acreditar que mais uma vez fora desiludido e enganado pelo amor.
"Casada...." para um cara tão integro como Jack, essa palavra e sinônimo de outra fatal: morte.
Ele jamais destruiria o casamento de ninguém. Tinha seus princípios e não ia abandoná-los agora. Finalmente entendera porque ela dissera ser complicado. Chegou ate a sentir raiva e mesmo arrependimento por ter dado o telefonema.


"Não!" Pensou. "Não me arrependo de nada, o que fiz foi por um impulso maluco de achá-la e por causa disso descobri a maior verdade sobre Kate. Dura, sim mas pelo menos agora tentarei esquecer e por um ponto final nessa historia."


Jack sabia que estava se enganando, esquecê-la seria uma missão praticamente impossível. Ele poderia ate tentar, mas a vida e o destino estavam lá para provar o contrario.





CONTINUA...

Nenhum comentário: