domingo, 23 de março de 2008

As Palavras que Nunca Te Direi - Prologo


Essa e mais uma historia de amor. Sem grandes reviravoltas, ela se propoem a descrever como duas pessoas aparentemente sem nenhuma afinidade podem vir a ser escolhidas pelo destino para se completarem.


A narrativa dessa fic e diferente das outras - usarei um portugues mais classico como pede a historia. E nao veremos muitas afinidades com Jack e Kate que conhecemos, aqui ele nao e o medico e ela nao sera a fugutiva. Os nomes de outras personagens foram inseridos para melhorar a adaptacao.


Espero que gostem - Questa e per voi!




As Palavras que Nunca Te Direi - (Message in a bottle)


PRÓLOGO


Dezembro de 2008.


Era o melhor dos tempos, era o pior dos tempos - essa classica frase de Charles Dickens descreve o momento que eu vivia quando o destino resolveu por minha patetica vidinha a prova.


Uma mensagem.



Palavras jogadas ao mar de destino incerto capazes de amolecer ate ao mais racional ser humano.


A garrafa foi atirada ao mar num quente fim de tarde de verão, algumas horas antes de a chuva ter começado a cair. Como todas as garrafas, era frágil e quebraria se deixada cair a alguns metros do chão. Mas quando devidamente selada e atirada, ao mar, como aconteceu com esta, tornava-se num dos objetos mais navegáveis de que o homem tinha conhecimento. Era capaz de flutuar em segurança sob o efeito de furacões e tempestades tropicais e de balouçar-se no topo das mais perigosas e turbulentas marés,


Era, de certa maneira, o abrigo ideal para a mensagem que levava dentro, uma mensagem que fora enviada, para cumprir uma promessa.


Como o de todas as garrafas deixadas ao capricho dos oceanos, o seu rumo era imprevisível. Não existe maneira de prever para onde uma garrafa poderá viajar, e isso faz parte do seu mistério.


A garrafa que fora lançada ao mar num quente fim de tarde de Verão, continha uma mensagem que mudaria para sempre duas pessoas, duas pessoas que de outra maneira nunca se teriam conhecido, e por esta razão poderia ser chamada uma mensagem fadada.


Apos dias de viagem, ela finalmente encontrou Cape Cod e deu inicio a uma jornada sentimental e complicada que acabou por torna-se uma das mais belas historias de amor que conhecia. A minha própria.


Soprava um vento frio de Dezembro, e Katherine Austen, Kate para os amigos, cruzou os braços enquanto olhava para a água.


Mais cedo, quando chegou, viu algumas pessoas a caminhar ao longo da praia mas que, tendo reparado nas nuvens, há muito se haviam ido embora. Agora encontrava-se sozinha, e absorvia o meio que a rodeava.


O oceano, refletindo a cor do céu, parecia ferro líquido, e as ondas rebentavam sem parar na areia. Nuvens pesadas desciam lentamente, e o nevoeiro começava a adensar-se, tornando invisível o horizonte.


Noutro lugar, noutro tempo, ela teria sentido a magnificência da beleza à sua volta, mas naquele momento apercebeu-se de que não sentia absolutamente nada. De certa maneira, era como se na realidade não estivesse ali, como se tudo aquilo não fosse mais do que um sonho.


Tinha chegado de carro de manhã, embora mal se lembrasse da viagem. Quando tomou a decisão de vir, planejara passar lá a noite. Tinha tratado de tudo e aguardara até com prazer uma noite tranquila longe de Chicago, mas ao observar o oceano a redemoinhar e a agitar-se percebeu que não queria ficar.


Regressaria a casa logo que tivesse terminado, por mais tarde que fosse. Na verdade, em outro tempo ela adoraria desfrutar dessa paisagem. O mar era seu conselheiro, seu porto seguro. Sua imagem a remetia a anos atras quando sentia-se plenamente feliz.


Tinha uma missão a cumprir.Quando finalmente se sentiu pronta, Kate começou a andar lentamente em direção à água. Por baixo do braço levava um saco que arrumara com cuidado naquela manhã, assegurando-se de que não se esquecera de nada. Não tinha dito a ninguém o que levava com ela, nem lhes tinha dito o que tencionava fazer naquele dia.


Em vez disso, dissera que ia fazer compras para o Natal. Era a desculpa perfeita, e embora tivesse a certeza de que eles teriam compreendido caso lhes tivesse dito a verdade, aquela viagem era algo que ela não queria partilhar com ninguém.


Tinha-a começado sozinha, e era assim que queria que terminasse.


Kate suspirou e olhou para o relógio. Em breve viria a maré alta, e seria então nessa altura que ela estaria finalmente pronta. Depois de encontrar um local numa pequena duna que parecia confortável, sentou-se na areia e abriu o saco.


Procurando nele, encontrou o envelope. Respirou fundo e levantou lentamente o selo.Dentro estavam três cartas, cuidadosamente dobradas, cartas que ela já lera mais vezes do que podia contar. Segurando-as à sua frente, ficou a olhar para elas.


No saco havia também outras coisas, embora ainda não se sentisse pronta para olhá-las. Em vez disso continuou a concentrar-se nas cartas. Ele utilizara uma caneta de tinta permanente quando as escrevera, e havia manchas em vários lugares onde a caneta tinha vertido.


O papel, com a imagem de um barco à vela no canto superior direito, começava a descolorir-se em alguns pontos, desbotando-se lentamente com a passagem do tempo. Ela sabia que chegaria o momento em que seria impossível ler as palavras, mas tinha a esperança de depois daquele dia, não voltar a sentir a necessidade de olhar para elas mais uma vez.


Quando terminou, enfiou-as novamente no envelope tão cuidadosamente como quando as retirara. Depois de voltar a pôr o envelope dentro do saco, olhou novamente para a praia.


De onde estava sentada podia ver o lugar onde tudo tinha começado.



CONTINUA...

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