2PM
Desmond já havia solicitado a preparação da sala de cirurgia.
Em meia hora deveria estar começando a operação de Kate. Sentado na sala do conforto medico, ele preparava-se.
Como um dos melhores neuro-cirurgiões do pais, ele estava acostumado a realizar vários procedimentos iguais a esses sem qualquer problema. Esse caso porem, era bem diferente.
Não se tratava apenas de uma paciente, era alguém especial para seu melhor amigo. Todo o seu conhecimento na medicina seria necessário naquele momento mas sua mente e seu coração teriam que estar presentes na sala também.
A cirurgia era mais do que salvar uma vida, ela significava dar vida a uma pessoa querida. Não percebeu quando o próprio Jack parou a sua frente.
- Des...
Ele levantou a cabeca. O amigo tinha o rosto cansado pelas noites mal dormidas e pela preocupação.
- Você esta bem, Jack? Já se alimentou?
- Eu estou bem. Quero te dizer uma coisa. Você sabe que essa cirurgia e muito importante pra mim e que eu não poderia confiar a execução dela a ninguém mais a não ser você. Por todas as vezes que você me falou para aproveitar a vida, quando me dava conselhos amorosos e pedia para eu ser feliz...agora eu posso dizer e acredito que você também pode entender que eu estava esperando pela minha felicidade, hoje ela esta nas suas mãos.
Jack engoliu em seco para não expressar toda a carga de sentimento envolvida naquele momento.
- Eu confio em você.
Desmond tinha os olhos cheios d’agua.
- Brotha, eu farei tudo que estiver ao meu alcance e por isso quero que você me acompanhe porque eu me sentirei mais tranqüilo. Jack abraçou o amigo e eles rumaram juntos para a OR.
3 PM
A cirurgia acabara de começar.
Kate estava dopada como previsto simulando o coma.
Jack monitorava cada batimento dela atento a qualquer variação.
A operação era demorada mas de certa forma simples do ponto de vista de um neurologista. A maior preocupação nesse caso era saber se havia possibilidade de seqüelas.
Por ser pequeno, a área da cirurgia era mínima e Desmond operava com destreza os aparelhos.
Uma hora depois, o aneurisma foi retirado com sucesso. Antes de fechar o corte porem, precisavam fazer o teste dos reflexos do braço esquerdo. Ele sinalizou a enfermeira para reverter o processo de coma induzido.
Gradualmente, percebia-se na paciente a necessidade de respirar por si so. Jack que segurava a mão de Kate percebeu um esforço mais difícil por parte dela.
- Des, ela precisa de ajuda para respirar.
- Jack mantenha por enquanto a mascara de oxigênio. Ela estava muito tempo desacordada.
Lentamente, Desmond aplicava diferentes estímulos em região do cérebro correspondente a área motora. Os reflexos eram essenciais para definir se tudo correra bem.
Após 3 tentativas de choques, Kate moveu a mão finalmente. Desmond continuou o teste para verificar cada reflexo possivel, dedo a dedo. Tudo normal.
Alivio foi o que se viu no rosto de Jack.
Mais alguns testes, todos respondidos de maneira satisfatória, Desmond abriu um sorriso.
- See Brotha. Tudo perfeito.
Ele voltou-se para o corte e fechou o local da cirurgia. Depois deu ordens para a enfermeira transferi-la para um quarto.
- Vamos, Jack. Precisamos comer alguma coisa. Você terá uma longa jornada pela frente.
7 PM
Jack entra devagar no quarto do hospital. Estava exausto mas não iria deixa-la sozinha ainda mais agora após uma cirurgia delicada.
Ele sentou-se na beira da cama e tomou a mão dela nas suas. Não cansava de admira-la mesmo nessa situação.
Tocou suavemente o rosto dela. A maciez da pele o lembrava o quanto foram bons os momentos passados com ela.
Queria tanto que ela acordasse, queria ver aqueles olhos verdes o mirando. Ouvir aquela voz suave que preenchia seus mais doces sonhos.
Queria tanto que ela acordasse, queria ver aqueles olhos verdes o mirando. Ouvir aquela voz suave que preenchia seus mais doces sonhos.
- Kate, eu esperei tanto para te encontrar novamente. Porque assim? Depois de tanto tempo... preciso que reaja pra mim. Lute, amore mio.
Pequenas batidas na porta o tiraram de sua reflexão.
- Com licença, Jack.
Era Justin.
- Apenas passei aqui para te dizer que já procuramos o delegado e provavelmente deverão começar uma busca por James. Ele comentou que a historia esta mesmo mal contada. Ele também falou que vai entrar em contato com o banco para alerta-los. Disse que gostaríamos de saber do andamento da investigação.
- Obrigada por vir aqui me contar.
Justin estava atento aos movimentos de Jack e não pode deixar de notar as mãos entrelaçadas.
- Posso fazer uma pergunta?
- Manda!
- De onde você conhece a Kate? Desculpe mas pelo jeito que você age tenho certeza que ela não e somente mais uma paciente.
- Você esta certo, a conheci a alguns anos mas perdemos contato...
- Eu sei que não devia me intrometer mas so queria dizer que a Kate e uma pessoa maravilhosa, um ser humano incrível mas que infelizmente ainda não teve a chance de ser feliz como ela merece. Eu queria muito vê-la feliz novamente.
- Porque você esta me dizendo isso?
- Intuição talvez... cuide dela ok?
E sorrindo deixou o quarto.
Quinze minutos depois, um interno entrou no quarto. Vinha trocar o curativo do ferimento da coxa de Kate. Aproveitando, Jack decidiu ir ao banheiro e tomar um pouco d’agua.
No caminho, encontrou Desmond que já estava de saída para encontrar-se com Penny.
- Hey, brotha! Fui deixar alguns documentos na sua mesa e achei seu celular. Tem pelo menos 3 ligacoes perdidas...
- Obrigado. Você sabe da Juliet?
- Acho que foi para o hotel. Porque?
- Preciso de um banho e queria deixar a Kate com alguém de confiança.
- E com quem ela esta agora? - O interno esta trocando o curativo.
Pipipipi... era o bip de Jack.
Dizia para ir ao quarto de Kate. Ele saiu voando e em menos de 30 segundos estava la.
- O que houve?
- Dr. Shepard, acho que o corte esta inflamado e não quis tomar ação nenhuma para resolver antes de o consultar.
- Ok, você limpou o local?
- Sim.
O corte realmente estava ruim, muito inflamado era tudo que ela não precisava nesse momento. Mais complicações. Ele examinou o ferimento e pediu ao interno para providenciar uma dose de penicilina. Decidiu ele mesmo cobrir o curativo para evitar maiores contatos com qualquer coisa que pudesse piorar a situação. Tão logo terminou, seu celular começou a tocar.
- Jack.
- Oi, e a Ana Lucia.Tentei falar varias vezes com voce.
- Ana, obrigada pela ajuda com a policia.
- Que isso esse e o motivo pelo qual estou ligando. Meu amigo me colocou a par do caso e ele descobriu através do banco que o ex-marido da vitima não era quem dizia ser. Nem o mesmo o nome dele e verdadeiro. James e na verdade Sawyer. Um golpista escolado em limpar mulheres indefesas com varias passagens pela policia e acredite – ficha no FBI! Tudo indica que a sua paciente foi enganada por ele no intuito de tirar grana dela. Ela e rica?
- Não rica, mas tem um bom patrimônio suponho. E jornalista famosa.
Jack não podia acreditar no que Ana lhe dissera.
- Você tem certeza que isso tudo foi armação do ex-marido?
- Totalmente não, mas diria que 90%. Ainda tenho algumas coisas a investigar e mais importante encontrar o tal Sawyer que parece ter sumido do mapa. As únicas pistas que temos são as movimentações no banco. Assim que souber mais, te aviso.
- Ok, obrigado mais uma vez.
Após desligar o telefone, Jack voltou a olhar para Kate indefesa na cama. “Como alguém poderia fazer mal a ela? Que espécie de cara era esse tal de Sawyer? Um vigarista, um vagabundo!”
Jack estava irritado. Ele esperava sinceramente que a Ana encontrasse o safado caso contrario, ele iria tomar as suas providencias.
Seus pensamentos foram interrompidos por Juliet.
- Des disse que você estava me procurando?
- E, queria um favor...
- Diga!
- Voce pode ficar com ela alguns minutos? Preciso de um banho...
- Claro! Voce vai pra casa?
- Não vou usar o banheiro do conforto mesmo...qualquer problema ou reacao me chame.
Ela sorriu pra ele.
- Sem problema... e Jack...isso tambem vai passar...
Ele saiu.
FBI Headquarter Los Angeles
Ana Lucia já havia questionado todos os possiveis contatos de Sawyer no banco e ainda não tinha ficado satisfeita. Depois de muito insistir, conseguiu um mandato para quebra de sigilo bancario de Kate Austen e tambem permissao para vasculhar a rede interna do banco, qualquer pista seria crucial para encontrar esse cretino.
Com a ajuda de um expert do FBI em computadores e redes, finalmente foi possivel rastrear de onde viera a movimentacao na conta.
- Computador publico?....ok, e como procurar agulha no palheiro!
- Calma, Ana. Esqueceu que eu trabalho no FBI? Atraves do IP posso mapear com o gps qual a regiao da cidade onde o pc pode estar, me de algumas horas...
- Horas?!... ok, amanha cedo eu ligo pra voce. Preciso ir pra casa dispensar minha baba.
Paris
Sawyer e Cassidy estavam como pediram aos ceus.
Dinheiro facil, bebida a vontade, um excelente quarto de hotel. Nem se quer lembravam do que faziam nas ultimas 72 hs...
- Amor, eu sei que esta tudo lindo mas o que nos vamos fazer quando enjoarmos tudo isso?
- Enjoar? Cass baby, isso vai demorar ainda...
- Voce não pretende voltar ao Estados Unidos?
- Talvez... mas por hora prefiro me manter por aqui. Esse lance da Kate ainda deve estar muito recente por la.
- Voce nem mesmo procurou checar se correu tudo bem...
- E claro que foi perfeito ou voce acha que se algo tivesse saido errado estariamos aqui ainda? E chega de papo...
Ele jogou o corpo sobre ela e Cassidy resolveu esquecer, por hora.
CONTINUA...
Nenhum comentário:
Postar um comentário