San Sebastian
Dia seguinte
A noite tinha sido longa e cansativa mas nem por isso Jack deixou Kate sozinha.
Durante a madrugada e por varias horas ele tinha deixado a mente maquinar atrás de uma resposta para a situação critica que vivia nesse momento. A razão e a emoção brigavam constantemente entre si, deixando Jack ainda sem a resposta tão esperada. Sabia que o tempo se esgotava e logo Desmond entraria pela porta querendo iniciar o procedimento, sim porque para ele era fácil, ela era so uma paciente.
Uma enfermeira entra no quarto para a ronda. Ao ver Jack se desculpa. Após conferir as condições da paciente pergunta se o medico precisa de algo o que ele gentilmente recusa e agradece.
9hs
Desmond entra no quarto de Kate e não fica surpreso ao ver o amigo ainda sentado ao lado dela.
- Jack...voce precisa se alimentar.
- Não estou com fome.
- Não se trata de fome, se você insiste em fazer vigília precisa estar alerta. Como ela esta?
- Na mesma. Não acordou.
- Você já chegou a uma conclusão? Sobre o estado dela?
- Não, Des.
- Brotha, não posso esperar por muito tempo. Muito menos ela. Tenho que opera-la, não pode passar de hoje a tarde. Ok?
Jack balançou a cabeça em acordo. Desmond saiu da sala dizendo que ia providenciar um café reforçado para o amigo.
Vinte minutos depois...
Juliet já estava no San Sebastian e após uma breve conversa com Desmond pegou uma pequena vasilha com frutas e pão alem de uma caneca com café forte e dirigiu-se ao quarto de Kate.
Abriu a porta com cuidado e a cena que se deparou provocou nela um misto de alegria e tristeza. Jack estava com a cabeça deitada sobre o estomago de Kate e com a mão entrelaçada a dela.
Parecia dormir.
Ela colocou a comida sobre uma mesinha e tocou o ombro do amigo suavemente. Ele se assustou.
- Juliet? O que faz aqui?
- Vim ajudar um amigo. E abriu os braços para ele.
Jack abraçou a amiga e agradeceu.
Por poucos minutos, Juliet conseguiu roubar a atenção do amigo para que ele comesse e ao mesmo tempo desabafasse com ela. Era mais fácil uma vez que Jules era a única que conhecia a historia dele.
Nova York
Sawyer e Cassidy já tinham se instalado no hotel e estavam conversando já com o gerente do banco para sacarem o dinheiro.
O próprio Sawyer já havia passado na seguradora para dar entrada na papelada. O atestado de óbito tinha sido providenciado bem antes do previsto afinal fazia parte do plano. Após meia hora , os dois deixaram o banco sorrindo.
Havia sido mais fácil que tirar doce de criança.
O próximo passo do plano era enfim começar a curtição. No dia seguinte, partiam para Paris em férias sem data de volta.
San Sebastian
11hs
11hs
Kevin e Justin estavam de volta ao hospital para visitar a amiga e também para tentar encontrar uma solução para o problema que acabaram de descobrir. Ao entrarem no quarto, encontraram Jack e Juliet sentados conversando baixinho.
- Com licença... podemos ver nossa amiga?
- Claro.
Eles se aproximaram da cama e ficaram contemplando Kate por uns minutos.
- Ela parece tão frágil!
- Doutor, precisamos conversar com o senhor sobre a Kate. Temos que acertar os custos de hospital e ...
- Vocês podem tratar isso direto na administração do hospital.
- E que... Justin não sabia como falar... – e que a Kate não pode pagar as despesas.
Jack achou estranho aquele comentário, afinal ela era famosa, uma jornalista de respeito. Foi Kevin quem contou tudo o que aconteceu:
- Ontem ao procurar o banco onde o ex-marido de Kate trabalha e ela mantem conta, descobrimos que ela não tem mais que 10 mil dólares na conta. O que e totalmente improvável porque Kate tinha uma excelente poupança alem dos investimentos. Tentamos localizar o James sem sucesso.
- Mas ele não esta trabalhando em outra agencia?
- Sim, foi o que pensamos mas não conseguimos falar com ele. Nem o banco! Parece que sumiu do mapa. O banco não pode dar a nos maiores informações porque não somos parentes dela.
- Isso soa muito estranho...Kevin suspirou e colocou suas suspeitas no ar.
- Eu acredito que a Kate sofreu uma tentativa de assassinato. Alguém a queria morta mas aparentemente o golpe não saiu como o planejado.
Jack não podia acreditar. "Quem em sa consciência iria querer matar uma mulher tão linda como aquela?"
- A Kate tinha inimigos?
- E claro que não! Ela e um doce! Incapaz de fazer mal a uma mosca.
- Olha não se preocupem com a conta do hospital. Eu cubro. Mas o que me preocupa e se realmente estamos diante de um crime. Se chamarmos a policia, vocês estão dispostos a contar o que sabem?
- Claro!
Jack pegou o telefone. Discou.
- Ana, preciso da sua ajuda.
Dez minutos depois, Jack tinha conseguido o apoio de uma amiga que trabalhava no FBI. Ela iria contactar um delegado amigo dela e pediu para os amigos de Kate seguirem ate a delegacia indicada por ela. Antes de deixar o hospital, Justin perguntou se ela iria ficar bem. Jack afirmara que sim procurando convencer a si mesmo disso.
Jack estava sozinho com Kate, as horas passaram muito rápido e logo Desmond viria cobrar dele uma resposta. Sentado na cadeira ele descansava os olhos por um momento tendo sua cabeça inclinada para trás. De repente, ouviu um pequeno gemido.
- Pls, Jack ... I’m sorry...
Kate abrira os olhos e balbuciava baixinho. Jack aproximou-se dela.
- Kate, eu estou aqui. Fale comigo...
- Don’t leave me, Jack ...
- I won't...
- Jaaaaackkkk....
Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii....
Jack desesperou-se ao ver o monitor disparar.
- Código azul!!!
Ele massageava o coração dela enquanto gritava por socorro. Dois internos e Juliet entraram pelo quarto trazendo o desfibrilador. Jack tomou a frente dele e preparou para dar o choque.
- Carregue pra 200. afastem-se!
Nada.
Preparou novamente e aplicou.
- Vamos, Kate.
Nada.
- 300 e afastem-se!
Sem reação, ele largou o aparelho e passou a massagea-la com as mãos alternando o oxigênio.
-Please, amore...
- Jack, mais uma vez....era Juliet quem o incentivava.
Ela acabara de mandar um dos internos aplicar adrenalina na veia de Kate que continuava sem reagir.
Ele pegou o aparelho nas mãos e meneou a cabeça. Juliet carregou.
Uma, duas....na terceira vez um pequeno ponto de sinal apareceu na tela.
Pi....pi....pi....
Jack respirou aliviado.
O monitor cardíaco mostrava a recuperação gradual dos batimentos.
Jack deixou-se cair exausto na cadeira. Ter a vida de seu amor por um fio era forte demais para ele.
Desmond que acompanhara os minutos finais antes da volta de Kate, colocou a mão sobre o ombro do amigo. Uma simples troca de olhares e ele sabia que tinha a permissão de Jack para ir em frente.
CONTINUA...
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