quarta-feira, 5 de março de 2008

INCANCELLABILE - Cap. 7 Parte 1




Mais um cap... cenas angst on the way... =) Have Fun!!!



Trilha sugerida:

Como nao encontrei o .mp3 vai o video mesmo... Gianluca Grignani


http://www.youtube.com/watch?v=EoXWcRXTWxE


Uma semana depois...



Jack fazia um alongamento na praia de malibu onde costumava correr algumas vezes no mês quando se sentia estressado. E para ele o dia de ontem havia sido muito ruim. Odiava perder um paciente.Tudo bem que ele sabia das chances mínimas da cirurgia mas a sensação era horrível para ele. Terminado o alongamento, começou a correr.


Era a ultima semana de Kate no jornal. Ela sabia que fizera a escolha certa mas era sempre difícil deixar um lugar onde ela sempre fora querida e crescera profissionalmente. Sabia do que precisava. A sua terapia favorita.

Ao chegar ao calçadão, ela sorria. O cheiro do mar a deixava relaxada. Tirou os sapatos louca para sentir a areia nos seus pés. Ela caminhou uma longa extensão da praia ate decidir parar e fincar os pés na areia esperando as pequenas ondas. Fechou os olhos, amava a sensação das ondas fazendo a areia roçar nos seus pés e o cheiro de iodo era como um anestésico. Sentia-se tão viva! Era como se nada mais no mundo existisse e exatamente durante esse seu momento único de intimidade ela era capaz de visualizar alguns fragmentos marcantes da sua vida: Tom, seu pai, o dia do seu casamento, seu sucesso e Jack...



Aquele rosto másculo e aqueles olhos penetrantes faziam seu coração bater mais forte. Inspirava e expirava o ar marinho. Quando finalmente abriu os olhos, ela viu que a praia estava deserta a exceção de algumas pessoas dispersas. Um homem alto e de corpo sarado caminhando ao longe chamou sua atenção. Ficou observando e quando ele parou para observar o mar, ela gelou.

Um arrepio percorreu o corpo. Reconheceria aquela tatuagem em qualquer lugar.
Era ele.


O coração começou a bater descompassado, tinha vontade de correr ate ele e matar a saudade de tantas noites relembrando aqueles momentos de loucura e prazer.


"Não, não posso!" Pensou. "Sou casada, oh deus ele voltou a andar, preciso sair daqui."


Essa era a necessidade mas não a vontade de Kate. Alem de não se mover, os olhos não conseguiam olhar para mais nada que não fosse ele. Os belos olhos encobertos por óculos escuros e o peitoral exposto dava a Kate a oportunidade de desfrutar e analisar cada milímetro do corpo a sua frente. Só de vê-lo mil sensações acordaram no seu corpo e ela sentiu um desejo incontrolável de cair na água. Retirou a blusa e o short que vestia expondo o corpo num biquíni preto. Pulou na água.


Jack tirou os óculos escuros e deixou junto com a sua camiseta sobre a areia. Rumou para o mar. A água estava gelada, abril não era um mês de clima quente mesmo na Califórnia. Porem para relaxar os músculos cansados de uma corrida não havia nada melhor. E mergulhou novamente.

Apesar do calor sentido antes de entrar no mar, Kate agora experimentava a sensação de frio. Seus lábios tremiam mas ela recusava-se a sair da água se ainda pudesse ver Jack na praia. Era loucura sabia, assim como também sabia que o desejo era mais forte que a razão. Angustiada pelo frio, ela passou a buscar na praia sinais de que ele havia ido embora, seus olhos procuravam por eles em movimentos rápidos e frenéticos.

“Para onde ele foi?” perguntava a si mesmo apontando no rosto sinais de decepção.

Estava tão absorta na procura que se descuidou e foi atingida por uma onda enorme que a fez ser levada em direção da praia sem conseguir se recompor ou colocar-se em pe. Tentava manter a cabeça firme fora d’água mas acabava por engolir outra quantidade abundante de água abatida por uma nova onda. De repente, sentiu alguém a levantar e puxá-la para uma área mais rasa. Pode sentir os pés fincando na areia. Ainda assustada, ouviu alguém falar com ela.

- Você esta bem?


Ela estava de costas para a pessoa e ainda a segurava pela cintura. Tossiu e só então voltou à atenção para o seu salvador.


- Você... – sim, era ele! Os dedos instintivamente tocaram a tatuagem no braço musculoso. - Kate? Tudo bem? Nossa!

- Esta tudo bem agora, obrigada. "O sorriso..."

- Eu ....nem sei o que dizer....e muito bom ver você.
- Eu que o diga...você me salvou de um vexame e vários arranhões.

Jack olhava fixamente para ela, quando pensara em encontrar a mulher de seus sonhos de novo e na praia.
- Você continua linda....eu, eu queria pedir desculpas....eu não devia....

Kate colocou o indicador sobre os lábios dele... – Shhhiiii

- Não precisa....


Ele sentiu a mão dela no peito e o desejo falou mais alto. Puxou-a para si e tomou aqueles lábios nos seus. Ela não resistiu, ansiava por isso. Ele aprofundou o beijo e colocou as pernas dela envolta na cintura. As mãos dela percorriam os ombros e o peito másculo enquanto ele acariciava a nuca e os cabelos encaracolados. Jack quebrou o beijo e concentrou-se em distribuir pequenos beijinhos que iam da nuca ate o colo de Kate chegando ao meio de seus seios. Ela gemia. Queria parar, sabia que era errado mas o cheiro daquele homem era inebriante, o mesmo perfume amadeirado misturado ao suor e ao sal do mar. Estava entrando em território perigoso e se não tomasse uma atitude logo não teria volta.


- Jack... não podemos...por...favor....


As palavras saiam entre gemidos que para Jack serviam apenas como estimulante para continuar. Kate sentia o toque dos dedos carinhosos pela pele. Ele percebeu que ela tremia então apertou-a contra si e abraçou unindo seus corpos na ânsia de proporcionar calor a Kate.
- Você esta tremendo...

Ele se preocupou em voltar à praia com ela a fim de aquecê-la. Ela aproveitou a preocupação dele para colocar um fim naquilo. Ele acariciava o rosto dela sorrindo. Jack estava feliz por reencontrá-la.

- Eu preciso ir.

- Não, por favor, nada de jogos nem flerte...já fiquei muito tempo sem sentir você.

- Jack, por favor, você não entende...oh, céus...

- Não há nada pra entender, você sabe o quanto queria te encontrar? Isso e um presente.

- Não, eu não posso....


Kate começou a se distanciar dele, estava visivelmente nervosa. Ele foi mais rápido e segurou o braço dela.

- Não fuja...sei que você quer isso tanto quanto eu.

- Mas não posso...por favor Jack...- uma lagrima corria o belo rosto – e complicado...

- Nada e complicado,Kate quando realmente se quer.

- Jack, me entenda eu não posso mas quero que saiba que você sempre estará nos meus pensamentos e aqui...ela apontou o coração e começou a correr distanciando-se dele.


Ao longe ainda pode ouvir ele chamar seu nome varias vezes. Ela pedia a deus para ter forcas enquanto as lagrimas molhavam seu rosto. Pegou o carro e saiu dirigindo sem rumo, sem idéias, sem pensar.


Jack ainda correu tentando alcançá-la mas chegara tarde demais. Ele não conseguia acreditar na oportunidade que tivera e como a deixou escapar pelos dedos.


Kate ainda chorara muito pelo modo que havia abandonado Jack naquela praia. Uma dor imensa parecia cortar seu coração aos pedaços e pela primeira vez ela desejou ter tomado outras decisões na sua vida. Se pudesse voltar ao passado, teria feito escolhas diferentes.



À noite


Jack não conseguia entender o porquê do comportamento de Kate. Na escuridão do seu apartamento com um copo de whisky na mão, ele procurava por respostas.


"O que era tão complicado? Porque ela fugira? Seria vingança pelo modo como ele a deixou?"

Ele não teve escolha naquela noite, queria explicar... Sentia-se desolado. Sozinho e cético quando pensava em amor e felicidade. Foram duas decepções seguidas : Juliet que decidiu por deixá-lo e Kate que fugira sem maiores explicações.

Estava quase convencido que ele estava fadado à solidão, não nascera para compartilhar uma vida a dois. Ele voltou a olhar para o copo vazio. Era o quarto da noite. Lembrou do seu pai e o que isso significava. Não iria afogar suas magoas e desilusões num copo de álcool.


Sabia que precisava virar essa pagina, ouvir os conselhos do seu amigo Desmond, seguir em frente, mas antes faria mais uma tentativa.

Levantou-se do sofá, foi ate o telefone e pegou a lista. Estava disposto a procurar por Kate.



CONTINUA...

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