domingo, 23 de março de 2008

INCANCELLABILE - Cap. 11 Parte 2

16 de outubro de 2004
Sábado



Kate estava bem atarefada. O combinado com os seus amigos era um jantar simples italiano que não dava trabalho para ninguém bastavam dois molhos diferentes e uma massa. Pelo menos era isso que ela tinha em mente.


Mas fazer talharim aos quatro queijos e putanesca e fácil quando se tem os ingredientes em casa, o que no caso dela não se aplicava. Alem disso precisava comprar pelo menos três garrafas de vinho já que seus convidados apreciavam a bebida como ela. A sobremesa ficara por conta deles.


Com uma pequena lista de compras, Kate saiu de casa. Sua primeira parada foi no caixa eletrônico. Após retirar dinheiro, ela fez uma pequena anotação mental para transferir a quantia da sua conta corrente para uma outra de investimentos. Satisfeita, seguiu ao supermercado.


Jack espreguiçava-se na cama. Acabara de despertar de um sonho estranho e delicioso.


Sonhara que dirigia um carro conversível numa estrada que não conseguia identificar, aparentemente deserta.


A sensação do vento no rosto era fantástica. O radio tocava uma canção em italiano cujas palavras chamaram sua atenção:


“Incancellabile tu sei

I miei respiri e i giorni miei

Tu non lasciarmi mai

Tu non lasciarmi...

E si fa grande dentro me

Questo bisogno che ho di te

Tu non lasciarmi mai

Tu non lasciarmi...


E più mi manchi e più tu sei

Al centro dei pensieri miei

Tu non lasciarmi mai

Tu non lasciarmi...Da sola senza te

Ora e per sempre resterai

Dentro i miei occhi...

Incancellabile!”


Imediatamente, Jack vagou em pensamentos para aquela noite, a canção o fez lembrar do bilhete que escrevera para ela.....


Tu sei incancellabile....


De repente, Kate aparecia ao seu lado, os olhos verdes penetrantes e o sorriso enigmático e começava a falar com ele.

- Jack, eu preciso de você... preste atenção por favor...isso e uma mensagem pra você : vou precisar muito de você em pouco tempo, vamos nos reencontrar mas você terá que ser forte...promete para mim, Jack. Promete que não me abandonara.

Ele respondia: - Prometo, mas quando iremos nos encontrar? Você não ficara aqui comigo? Porque você foge? Fica!

- Eu não fujo... você me encontrara em breve.... apenas prometa que não me deixara...


Ela inclinou-se sobre ele e envolveu seus braços no pescoço dele buscando os lábios quentes e sedentos. Ele deslizava as mãos pelo corpo dela ansiando novamente por sentir aquele corpo frágil junto ao seu. Ela quebrou o beijo e tornou a dizer:

- Just promise (Prometa).... e desapareceu totalmente de vista.

Enquanto tomava café, Jack pensava no sonho. Ele não acreditava nessas historias de avisos, premonições, era um homem da ciência e por mais intrigado que estivesse decidiu deixar a situação de lado.


****************************************************

Sawyer repassava o plano mais uma vez com Cassidy. Ele estava tranqüilo, já fizera isso varias vezes, ela ao contrario estava tensa afinal a parte mais importante do golpe estava em suas mãos.

A “visita” do suposto ladrão aconteceria no inicio da noite devido ao dia da semana. Sawyer conhecia muito bem a vizinhança para saber que Kate não receberia ajuda de ninguém. No mesmo período de tempo, eles encheriam os bolsos.


Sábado

17 h


Trilha sugerida : http://www.radioblogclub.com/open/150492/over_the_rainbow/Israel_Kamakawiwo_ole_-_Somewhere_Over_The_Rainbow

Enquanto preparava os temperos para os molhos da massa, Kate refletia em como seria sua vida daqui pra frente. Estava solteira novamente, o que não se diferenciava muito da sua condição anterior porque mesmo tendo uma aliança de casamento no dedo, a presença do marido não fazia diferença.

O status agora e outro. famosa, certamente haverá muitos caras querendo se aproveitar da situação. E como ela reagiria? No fundo, ela acreditava não estar pronta para se envolver por agora, principalmente em pequenos casos relâmpagos. A única maneira de aceitar um novo amor seria sentir algo inexplicável, forte e louco o suficiente para fazê-la mergulhar de cabeça.

Terminou seus afazeres. Agora bastava misturar os ingredientes de cada molho e cozinhar a massa. Não levaria mais de vinte minutos. Dessa forma, resolveu tomar um banho demorado. A verdade era que Kate não tinha noção do perigo que rondava a sua vida naquela noite.


19h


Enquanto esperava o molho e o talharim ferver, Kate já devidamente pronta para o jantar, resolveu ler os recados que Claire coletara no dia anterior.

Parecia brincadeira mas havia pelo menos uns 20 recados e com certeza todos masculinos. Ela foi passando um a um, divertindo-se com as supostas palavras ditas por homens que ela nunca ouvira falar na vida.

Um barulho vindo do quintal tirou sua concentração na leitura. Fico quieta tentando escutar novamente.

Nada.

Mexeu mais uma vez a panela e retornou a leitura. Após ler um recado muito depravado, ela ria sozinha. “Nossa, tem cada figura e pior que a Claire ainda perde tempo escrevendo essas baboseiras pra mim como se fosse poesia,”

O próximo recado era de um tal de Jack. À medida que ela lia o que estava escrito no papel, seu coração batia mais forte. “Quatro anos atrás... não pode ser, Jack” um flashback passou diante dos seus olhos:

FB – Las Vegas, 2001


Kate estava deitada sobre o corpo de Jack sentindo as batidas do coração dele voltarem ao ritmo normal. Ele acaricia os cabelos dela e não consegue disfarçar o sorriso no rosto.

- Kate, você acha que somos loucos?

Ela apóia-se no colchão elevando o corpo para fita-lo. Ele tenta parecer serio mas não consegue. Ela solta uma gargalhada gostosa e beija o rosto dele.

- Não... e da outro beijo – talvez... beija o queixo dele – apenas... o nariz – sejamos... um selinho – inconseqüentes... e torna a beija-lo com vontade.


Ele retribuiu o beijo a puxando para si e intensificando o contato. Ela porem, quebrou o beijo e passou a deslizar pelo corpo dele saboreando cada milímetro com a língua e os lábios. Ele estava adorando a brincadeira ate que ela se posicionou onde realmente a interessava, ele gemeu com o contato do centro dela sobre o membro dele. Olhando fixamente para ele, ela apenas fazia o que tinha vontade, a preenchia suprindo mais uma vez o desejo ilimitado de chegar ao céu.


Kate tremia ao lembrar desses momentos, um sentimento de excitação percorreu-lhe a espinha.


"Preciso ligar para ele."

Pegou o celular de cima do balcão e começou a discar: 555 04...


De repente foi surpreendida por trás. Alguém segurava-a com forca tapando sua boca. Ela sacudia-se tentando se soltar, o telefone foi ao chao.

- Quieta!

O cara que a segurava jogou-a no chão com forca. Ela usou o braço para evitar de cair de cara no chão. O cara mascarado e corpulento puxou uma arma das costas.


Kate num reflexo apanhou um pote de vidro e jogou contra ele que quase acertou a cabeça se não desviasse a tempo. Ela aproveitou para levantar-se e buscar algo para defender-se.


O medo tentava domina-la mas a vontade de escapar com vida era tão grande que ela lutava com todas as armas que podia. Kate tinha uma faca na mão agora e gritava com toda a forca que podia.


- Não se aproxime! Você não sabe do que sou capaz!


Ela tentava se distanciar dele enquanto ainda procurava outra coisa para acerta-lo. Achou um dos vidros do molho que iria usar. O seu assaltante a olhava intensamente.


- Chega de joguinhos de gato e rato... e dizendo isso ele destravou a arma.


Kate se apavorou e jogou o vidro. Ele atirou quebrando o frasco e espalhando vidro para todos os lados.

Um grito de dor ecoou pela cozinha. Kate estava sangrando na coxa direita onde um estilhaço a atingiu, o vestido florido continha agora um tom de vermelho. As lagrimas começaram a cair e antes que ela tentasse reagir, o invasor disparou a arma na direção dela. O impacto derrubou-a no chão deixando-a desacordada.



CONTINUA...

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