- Voce e a moca do aviao. Voo 815?
- Como voce se lembra de mim?
- Seus olhos. Verdes e enigmaticos.
Ela sorriu e ruborizou.
- Voce esta nervoso. O que aconteceu? Problemas com pacientes, aposto.
- Acabei de perder um paciente. Eu detesto isso, me sinto tao impotente as vezes.
- Calma, as vezes o destino dos pacientes nao esta em suas maos. voce nao pode se culpar por tudo.
- Nao consigo pensar assim, me sinto responsavel.
- Eu sei. Mas algumas vezes temos que aceitar.
Uma sensacao de dejavu muito estranha tomou conta de Kate.
- Engracado estamos conversando aqui e...
- Eu nao sei seu nome.
- Kate.
Ele sorriu e estendeu a mao.
- I'm Jack.
Ela sorriu de volta. Parecia estar em casa.
- O que faz aqui? Exames?
- Minha mae esta internada. Ela tem cancer em estado terminal.
- Sinto muito, sei o que e perder alguem. Meu pai faleceu.
- Obrigada pela preocupacao.
Ela catou algumas moedas na bolsa e se dirigiu a maquina.
- Crackers?
Ele concordou e em seguida falou.
- So se voce tomar um cafe comigo na cantina.
- Ok!
Ela nao ia mesmo recusar um convite de um homem tao charmoso e ate onde ela sabia especial.
Na cafeteria do hospital, ele pediu 2 capuccinos com chantily e uma torta de avela com chocolate.
- O que voce fazia em Sidney? Ferias?
- Nao, algo mais complicado. Prefiro nao falar disso agora. Voce e um medico e tanto nao? Cirurgiao aposto, com essas maos.
- O que tem as maos?
Jack parecia curioso. Ela era tao delicada, encantadora.
- Firmes, grandes. Devem ser habeis tambem.
- Voce so segurou a minha mao por uns segundos, como pode dizer tudo isso assim?
- Nao sei, intuicao? Voce me parece tao familiar.
Eles continuaram conversando mais um pouco ate que o bip de Jack tocou chamando-o para uma emergencia.
- Tenho que ir.
- O dever chama.
Ela sorriu.
- Vou te ver de novo pelo hospital?
- E provavel porque?
- Just in case...
Ele estendeu um cartao com o numero de telefone e celular.
- Espero almocar com voce amanha, pode ser?
- Meio-dia no Mojito. Te espero la.
Ele sorriu pra ela e saiu pelo corredor.
A noite...
Kate acabara de comer uma tijela de cereais com frutas. Sentou-se na cama e ligou a tv. Do criado-mudo puxou varias fichas de inscricao. Ela decidira que iria estudar psicologia. Alem disso, se candidatara a um emprego de supervisora numa lanchonete da rede Burger King. Tinha que pagar as contas.
Preencheu os formularios caprichosamente. A tv passava um seriado medico. A situacao de emergencia a fez olhar o que estava acontecendo. Imediatamente, Jack veio aos seus pensamentos. O sorriso era involuntario. Havia algo de calmo e diferente nele que ela nao conseguia explicar.
Cansada ela adormeceu.
"Ela estava num grupo de pessoas, uma ilha. Todos reunidos apos uma pequena discussao. Todos paravam para ouvi-lo. Ele era um lider nato pensou. Jack falava calmamente: Cada homem por si nao vai funcionar. Se nao vivermos juntos, nos todos morreremos sozinhos."
Ela acordou sobressaltada. Live together, die alone. As palavras permaneceram na mente. O que foi isso? Aquele homem, era Jack?
Deitou-se novamente e fechou os olhos. Nao deve ser nada.
CONTINUA...
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