quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Never Happened - Cap.5

Capitulo 5


Jack a olhava intensamente esperando uma resposta. Kate sabia o porque mas nao se lembrava como sabia disso.


- Eu nao sei, e estranho. Tenho a sensacao de que ja te conheco. Outra vida, intuicao. Nao me pergunte como parece tao...natural.

- Eu nao acredito dessas coisas de espirito, reecarnacao ou qualquer coisa parecida. Sou um homem da ciencia, trabalho com fatos.

Ele olhou para ela com carinho. Sorriu.

- Ok, nesse caso vou te dar o beneficio da duvida porque eu tambem gosto de voce, de conversar com voce.

- Eu tenho que ir. Vou passar numa firma pra ver um novo emprego. A gente se ve outro dia.

Levantou-se mas num impulso ela deu um beijo no rosto dele e saiu sorrindo.

Kate conseguiu o emprego e comecava ja na semana que vem. Chegando em casa, apos um bom banho ela sentou-se na cama e pegou um livro da sua cabeceira. Enquanto lia, pegou-se varias vezes pensando no medico. Imagens encheram sua cabeca...

"Estavam entre arvores, parecia o lugar de antes.Ela gritava com ele, discutia pra valer, ia embora mas ele a puxou, a segurou e a abracou contra seu corpo, ela chorava e de repente tudo parecia certo, um beijo urgente, roubado, desejado...a imagem mudou e ela se viu no chuveiro e ele a esperando na porta com uma toalha, ele a beijou novamente. Estava somente de toalha...que beijo..."

Kate olhou ao redor. O livro sobre o peito. Sera que sonhei acordada? Estou imaginando como e o beijo dele e... ela nao podia negar, ja estava se apaixonando por ele.

Dois dias depois...

Kate foi chamada com urgencia ao hospital. Sua mae nao passaria da noite, ela apresentava falencia renal. Kate estava nervosa. Ela sabia que esse dia chegaria e mesmo com seu relacionamento conturbado, ela amava a mae e faria qualquer coisa por ela. Ela fez o que achava certo pela mae e quase a perdeu pra sempre.


Agora ela realmente estava indo embora. Kate olhava a mae deitada, palida e dormindo. As lagrimas rolavam involuntariamente pelo rosto dela. Ela lembrou de como a mae a tratou quando soube do padrasto. Ela praticamente a deserdou.

Tres horas se passaram e Diane finalmente sucumbiu. Quando o monitor cardiaco indicou a falta de batimentos, os medicos entraram correndo e fizeram todo o possivel para a segurarem por mais um tempo mas ela nao reagiu. Ao eco da voz de um dos medicos , a hora da morte foi declarada. Kate aproximou-se dela, fechou os olhos e beijou-lhe a testa.

- Adeus,mae.

Entao ela desabou no choro. Depois de muito chorar adormeceu.

Novas imagens. Ela estava sentada com Jack em frente a uma fogueira. Pareciam estar de tocaia. Ela falava mas nenhum som era emitido dos seus labios. Viu Jack sorrir apos alguns segundos. "I'm not". Em seguida um vazio. Parara de sonhar.

- Kate, hey... Kate.

Ela sentiu alguem acariciar sua mao. Abriu os olhos.

- Voce nao pode ficar nessa cadeira, deve estar toda doida.

Ele a ajudou a levantar. Suas costas doiam.

- Eu ja soube, sinto muito.

Ele nao largara a mao dela. Ao olhar para o leito vazio, Kate voltou a chorar. Jack com carinho a envolveu em seus bracos.

- Shhh , tudo bem... ela vai ficar bem, parou de sofrer. Sei que e dificil e sua mae mas...

- Voce nao conhece nossa historia, eu a defendi de um homem e mesmo assim ela me expulsou e me acusou. Ela...

Kate deixou as lagrimas a dominarem. Ja solucava.

- Ela me chamou de assassina...e eu...oh, deus! Me perdoe, foi legitima defesa e...

- Ela ja te perdoou, tenho certeza. Vai ficar tudo bem.

Ele afagou os cabelos dela. Kate sentia o calor do corpo dele.

- Vai ficar tudo bem...

Ela nao sabe dizer como, tudo que sabe e que nao conseguiu se controlar diante daquela voz murmurando palavras doces a ela. Kate segurou o rosto dele com as maos e o beijou. Jack assustou-se a principio mas cedeu aos encantos dela.


O beijo era urgente, desesperado, mas cheio de emocoes. Quando ela quebrou o beijo, deixou as maos deslizarem pelo torax dele. O rosto marcado por lagrimas. Ao olhar nos olhos dele, sentiu uma confusao de sentimentos a dominar. Sem saber o que fazer, ela baixou a cabeca e saiu correndo pelo corredor deixando-o parado no meio do quarto.

- Kate...

Foi a ultima coisa que ele conseguiu dizer diante do momento.

Seis horas depois quando Kate terminara de acertar o enterro da mae, recebeu um telefonema do advogado.

- Oi, Peter. Ta obrigada.

Ele falava algumas coisas.

- Testamento?

- Estou no hospital, voce pode vir aqui.

Peter trouxe uma noticia inesperada para Kate. A mae dela fazia um seguro de vida desde quando Kate completara quinze anos e ela era a beneficiaria. No testamento ela deixou uma condicao apenas para Kate usufruir do dinheiro. Comprar uma casa e se estabelecer de vez em Los Angeles com um emprego fixo e tera uma pensao mensal de 5 mil dolares. Ela tambem dissera que entendera o que a filha fez e a perdoava.

Peter se prontificou em resolver as partes legais do enterro. Kate nao queria nada, iria somente enterra-la as 4 da tarde. Ela foi a recepcao do hospital resolver a conta mas a atendente disse que ela nao precisava fazer isso agora. Ela falou que mandaria alguem para resolver o assunto.

Naquela tarde, Kate vestia um preto curto simples. De oculos escuros, ela escondia as poucas lagrimas que ainda existiam e as olheiras. Estava palida.


Enquanto o coveiro preparava a sepultura, ela viu Jack se aproximar com um buque de flores, crisantemos. Ele estava de terno preto e com oculos escuros. Sorriu pra ela. Deus, ele era de tirar o folego!

- Hey!

Sentou-se ao lado dela. Acariciou-lhe o joelho.

- Voce esta bem?

- Estou.

- Senhora, tudo pronto.

- Vai dizer algumas palavras, Kate?

- Nao, so que descanse em paz, mae. Pode enterrar.

Jack apertou a mao dela e entrelacou na sua. Ela viu o caixao descer e suspirou. Jack colocou o braco sobre a cintura dela, lhe dando apoio. A terra foi jogada ate que nao se visse mais o caixao. Jack colocou o buque sobre a lapide.

- Quer tomar um cafe? Tem uma Starbucks ali na esquina.

- Ok.

Jack segurou a mao dela e Kate nao protestou.



CONTINUA...

Nenhum comentário: