sábado, 12 de julho de 2008

As Palavras que Nunca Te Direi - Cap 25

Capitulo 25




Jack acordou determinado. Ao procurar por papel no seu quarto, ele resolveu pegar tambem uma caneta. Ao contrario das cartas que escrevera no passado para Sarah digitando, ele decidiu escrever do proprio punho, queria tornar a conquista o mais pessoal possivel.

Avidamente, como que em um passe de magica as palavras fluiam da sua mente direto para o papel. Sem duvidas, sem receios, todos os seus sentimentos expostos nas folhas a sua frente.


Passado umas duas horas, ele enrolou o papel e prendeu com um barbante. Depois, dirigiu-se a cozinha e pegou uma garrafa de vinho vazia que guardara. Colocou a carta dentro da mesma e fechou com uma rolha.

Dessa vez , porem nao ia arriscar-se como fizera antes. Ele mandaria a carta pelo correio. Colou uma etiqueta com o endereco de Kate onde antes estava a do vinho.


Sorriu.


Ao contemplar a garrafa novamente, ele sentiu-se um pouco mais leve, com o espirito renovado e voltou a ter esperanca no futuro.

O telefone da casa tocou. Ao checar as horas, Jack percebeu que eram quase 10 horas e que tinha marcado aulas de mergulho para um grupo de turistas vindo do Texas. Seriam 4 aulas consecutivas. Trocou algumas palavras rapidamente com o Ian avisando que ja estava de saida.

Antes de deixar a casa, Jack deu mais uma olhada para a garrafa. Decidiu que depois da aula de mergulho, ele voltaria em casa para enfim colocar a garrafa no correio com mais calma.


Ao chegar no porto onde seu barco de mergulho ja estava preparado para zarpar, Jack trocou algumas palavras com o grupo dando as primeiras instrucoes sobre o que deveriam fazer e o que evitar nessa primeira viagem ao mar. O ceu estava azul com algumas nuvens e o mar tranquilo, realmente um otimo dia para velejar.


Ja em alto mar, ele ensinava as tecnicas do mergulho como ja fizera muitas vezes. Jovens sempre sao mais afoitos para se desprenderem das normas ditadas pelo instrutor mas ele tirava isso de letra.

Apos duas horas de aula, ele convenceu os ja exaustos clientes a voltar. O mar estava mais agitado que pela manha. Jack os orientou para permanecerem sentados e nao interferissem enquanto ele manejava o barco.


As ondas batiam contra o casco com bastante forca, varios redemoinhos se formavam por onde o barco passava. Concentrado no que fazia, Jack imprimia toda a forca que podia para segurar o leme na linha. O oceano estava revoltado para um dia aparentemente tranquilo.

Um dos jovens decidiu tirar uma brincadeira com o colega e desatou um dos nos que prendia a vela do barco, imediatamente a haste que segura a vela moveu-se fazendo o barco rodopiar. Ao perceber o que acontecera, Jack preocupou-se em tentar colocar o barco novamente na direcao correta porem era quase impossivel sem a ajuda da vela na posicao correta.

Ele entao prendeu o leme numa posicao com um pedaco de ferro que tinha proximo as maos.


Rezando para que isso aguentasse o poder do vento enquanto ele corrigia a vela, Jack movia-se devagar pelo barco. Assustados, os jovens sentaram-se juntos sem muita reacao para ajuda-lo. Finalmente, Jack alcancou a corda que fora desatada, porem o ferro nao suportou totalmente o peso do leme e a influencia do vento, girando o barco mais uma vez.


Em questao de segundos, o rodopio do barco no mar fez a haste da vela se voltar contra ele atingindo Jack na cabeca. Ele caiu desmaiado.

Ao ver a cena, um dos caras resolveu tomar a frente do leme enquanto outro tentava ver se Jack estava vivo. Tao rapido como comecou, a revolta do oceano e dos ventos cessou. O mar estava novamente tranquilo.


*****************


Kate foi surpreendida pelo telefone enquanto trabalhava no computador.

- É Kate que fala?

- Sim, é - respondeu ela, não reconhecendo a voz.

- Aqui fala Chris Blake... o pai de Jack. Eu sei que isto vai parecer estranho, mas gostaria de falar contigo.

- Oh, olá - gaguejou ela. - Hum!... tenho alguns minutos agora.

Ele fez uma pausa.

- Gostaria de falar pessoalmente, se fosse possível. Não é assunto em que me sinta confortável para falar pelo telefone.

- Posso perguntar-lhe de que se trata?

- É sobre Jack - disse ele baixinho. - Eu sei que é pedir muito, mas acha que seria possível vir até aqui de avião? Não lhe faria esse pedido se não fosse importante.

Acabando por aceitar, Kate deixou o trabalho e foi até à escola de Kevin. Depois de o ir buscar cedo, deixou-o com um amigo em que podia confiar, explicando que provavelmente iria estar fora durante alguns dias. Kevin tentou fazer-lhe perguntas sobre a sua súbita viagem, mas o comportamento estranho e distraído dela tornava evidente que as explicações teriam de ser dadas mais tarde.

- Diga olá por mim - disse ele, despedindo-se com um beijo.

Kate acenou apenas com a cabeça e depois foi para o aeroporto apanhando o primeiro voo disponível. Ela nao sabia o que pensar sobre o pedido do pai de Jack. Sera que ele estava tao mal assim? Estaria deprimido? Kate sentiu-se ansiosa e alem disso temerosa. Nao sabia o que esperar desse encontro.




CONTINUA...

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