domingo, 6 de julho de 2008

As Palavras que Nunca Te Direi - Cap 23

Capitulo 23


Jack nada disse. Chris pegou nas suas chaves que estavam em cima da mesa, sabendo que devia partir.


- Vocês dois têm muito que falar, por isso eu vou embora. - Dirigiu-se para a porta da frente, olhando de lado para Kate. - Foi um prazer conhecê-la - murmurou ele. Mas enquanto falava, ergueu as sobrancelhas e encolheu ligeiramente os ombros, como se para lhe desejar sorte. Num instante estava lá fora, atravessando o caminho frente à casa.

- Que estás fazendo aqui? - perguntou Jack calmamente logo que ficaram sozinhos.

- Quis vir - disse ela baixinho. - Quis te ver de novo.

- Porquê?

Ela não respondeu. Em vez disso, depois de um momento de hesitação, dirigiu-se para ele sem que os seus olhos deixassem os dele. Quando chegou perto de Jack, levou os dedos aos lábios dele e abanou a cabeça para o impedir de falar.

- Shh - murmurou ela -, nada de perguntas... apenas por agora. Por favor... - Ela tentou sorrir, mas agora que podia vê-la melhor, ele sabia que ela estivera chorando.

Não havia nada que ela pudesse dizer. Não havia palavras para descrever aquilo que ela vinha passando.

Em vez disso envolveu-o nos seus braços. Relutantemente ele colocou os braços à volta dela enquanto ela encostava a cabeça nele. Ela beijou-o no pescoço e puxou-o para mais perto de si. Passando a sua mão pelo cabelo dele, aproximou a boca tentadoramente do rosto dele, depois dos seus lábios. Beijou-os suavemente a princípio, os seus lábios mal roçando contra os dele, depois beijou-o de novo, com mais fervor agora. Inconscientemente, ele começou a responder aos avanços dela. As suas mãos subiram lentamente pelas costas dela, moldando-a contra ele.

Na sala de estar, com o rugir do oceano ecoando através da casa, eles abraçaram-se com força, entregando-se aos seus desejos crescentes. Por fim Kate afastou-se, estendendo o braço para lhe pegar na mão. Tomando-a na sua, conduziu-o ao quarto.

Largando-o, ela atravessou o quarto enquanto ele esperava mesmo junto à porta.

A luz da sala espalhava-se pelo quarto, projetando sombras nas paredes. Hesitando apenas ligeiramente antes de o encarar de novo, ela começou a despir-se. Jack fez um pequeno gesto para fechar a porta do quarto, mas ela abanou a cabeça. Ela queria vê-lo desta vez, e queria que ele a visse. Queria que Jack soubesse que ele estava com ela e com mais ninguém.

Lentamente, muito lentamente, ela despiu a roupa. A blusa... a calça jeans... o soutien... a calcinha. Ela retirava a roupa deliberadamente, os lábios ligeiramente abertos, os seus olhos nunca largando os dele. Quando finalmente nua, pôs-se à frente dele, deixando que o olhar dele lhe percorresse o corpo.

Por fim ela aproximou-se. Passou as mãos pelo seu corpo - o peito, os ombros, os braços - tocando suavemente, como se quisesse lembrar da sensação de tocar-lo para sempre. Recuando um passo para permitir que ele se despisse, ela observou-o, os seus olhos registando tudo à medida que as roupas caíam no chão. Colocando-se a seu lado, ela beijou-lhe os ombros, depois deu a volta lentamente ao seu corpo, a sua boca contra a pele dele e a umidade da sua pele permanecendo onde ela o tocava. Em seguida, levando-o para a cama, ela deitou-se, puxando-o com ela.

Fizeram amor intensamente, agarrando-se desesperadamente um ao outro. O fervor que sentiam era diferente daquele que alguma vez haviam sentido quando tinham feito amor antes - cada um dolorosamente consciente do prazer do outro, cada toque mais eletrizante do que o último. Como se temendo o que o futuro lhes traria, veneravam os corpos um do outro com uma intensidade determinada que marcava as suas memórias para sempre. Quando finalmente atingiram juntos o orgasmo, Kate atirou a cabeça para trás e gritou, não tentando abafar o som.

Depois sentou-se na cama, embalando a cabeça de Jack no seu colo. Ela passava as mãos pelo cabelo dele, ritmadamente, constantemente, escutando o som da respiração dele a aprofundar-se gradualmente.

Algum tempo depois, à tarde, Jack acordou sozinho. Reparando que as roupas de Kate também tinham desaparecido, pegou o jeans e a sua camisa. Ainda abotoava a camisa quando saía do quarto, procurou-a rapidamente por toda a casa.

A casa estava fria.

Encontrou-a na cozinha. Ela estava sentada à mesa, de casaco vestido. Em cima da mesa à frente dela, ele viu uma caneca de café, quase vazia, como se ela estivesse sentada ali há algum tempo. Olhando para o relógio, percebeu que tinha dormido durante duas horas.

- Olá - disse ele, hesitante.

Kate olhou para ele por cima do ombro. A sua voz era submissa.

- Oh, olá... não te ouvi levantar.

- Estás bem?

Ela não respondeu diretamente.

- Vem sentar comigo - disse ela. - Há muita coisa que tenho pra te contar.

Jack sentou-se à mesa. Sorriu hesitantemente para ela. Kate mexeu nervosamente na caneca do café durante um momento com o olhar cabisbaixo. Ele estendeu o braço, afastando uma madeixa de cabelo solto do lado do rosto dela. Como ela não reagiu, ele retirou a mão.

Por fim, sem olhar para ele, ela levou a mão ao colo e tirou de lá as cartas, colocando-as sobre a mesa. Aparentemente ela recolhera-as enquanto ele dormia.

- Encontrei a garrafa quando fazia jogging no verão passado - começou ela, a sua voz firme mas distante, como se a recordar de algo doloroso. - Não tinha qualquer ideia sobre o que estaria escrito na carta lá dentro, mas depois de a ler, comecei a chorar. Era simplesmente tão bonita. Eu sabia que tinha vindo diretamente do teu coração, e a maneira como estava escrita... Acho que senti uma afinidade com as coisas que tinhas escrito porque me sentia muito sozinha também. - Ela olhou para ele. - Naquela manhã, mostrei-a a Penny. A ideia de publicá-la foi dela. Eu a princípio não queria... Pensei que era muito pessoal, mas ela não via nada de errado nisso. Pensou que seria uma coisa bonita para as pessoas lerem. Foi por isso que eu cedi, presumindo que isso seria o fim da história. Mas não foi. - Ela suspirou.


- Quando regressei a Chicago, recebi um telefonema de alguém que lera a coluna. Essa pessoa enviou-me a segunda carta, que encontrara havia alguns anos. Depois de a ler, fiquei intrigada, mas mais uma vez, não pensei que a coisa fosse tão longe. - Ela fez uma pausa. - já ouviste falar da revista Yankee?

- Não.

- É uma revista regional. Não é muito conhecida fora da Nova Inglaterra, mas publica algumas boas histórias. Foi aí que encontrei a terceira carta.

Jack olhou para ela surpreendido.

- Foi publicada aí?

- Sim, foi. Eu descobri o autor do artigo e ele enviou-me a terceira carta, e... bem, a curiosidade tomou conta de mim. Tinha três cartas, Jack - não apenas uma, mas três - e cada uma delas comoveu-me da mesma maneira que a primeira. Então, com a ajuda de Penny, descobri quem tu eras e vim pra cá te conhecer. - Ela sorriu tristemente. - Eu sei que parece como tu disseste que foi uma espécie de fantasia, mas não foi. Eu não vim cá para me apaixonar por ti. Não vim para escrever uma cronica. Vim para ver quem tu eras, mais nada. Queria conhecer a pessoa que tinha escrito aquelas cartas tão bonitas. Então fui até às docas e voce estava lá. Conversamos, e depois, se te lembras, me convidaste para passear de barco. Se não o tivesses feito, eu provavelmente teria voltado naquele dia.

Ele não sabia o que dizer. Kate estendeu o braço e colocou a sua mão com cuidado sobre a dele.

- Mas sabes o que mais? Me diverti bastante naquela noite, e eu percebi que queria te ver de novo. Não por causa das cartas, mas por causa da maneira como me trataste. E tudo pareceu progredir naturalmente a partir de então. Depois daquele primeiro encontro, nada do que aconteceu entre nós era parte de um plano. Aconteceu apenas.

Ele ficou em silêncio durante um momento, olhando para as cartas.

- Porque não me contaste nada sobre as cartas? - perguntou ele.

Ela levou o seu tempo a responder.

- Houve momentos em que quis fazê-lo, mas... não sei... suponho que me convenci de que não importava a maneira como nos havíamos conhecido. A única coisa que importava era o fato de estarmos tão bem. - Ela fez uma pausa, sabendo que havia mais. - Além disso, achei que não ias compreender. Não queria te perder.

Involuntariamente, as lagrimas rolavam pelo rosto dela.

- Se tivesses me contado mais cedo, eu teria compreendido.

Ela observou-o com atenção quando ele respondeu.

- Terias, Jack? Terias realmente compreendido?

Jack sabia que aquele era o momento da verdade. Como ele não respondeu, Kate abanou a cabeça e desviou o olhar.

- Ontem à noite, quando me pediste para mudar, não disse logo que sim porque estava com medo da razão porque tinhas pedido. Queria ter certeza de que tinhas feito o pedido por causa de nós, e não porque estivesses fugindo de alguma coisa. Acho que queria que tu me convencesses quando voltasse da loja. Mas em vez disso tinhas encontrado estas... - Ela encolheu os ombros, falando mais baixo agora. - Lá no fundo, imagino que sempre soube, mas queria acreditar que as coisas se resolvessem por si.

- De que estás falando?

Ela não respondeu diretamente.

- Jack, não é que eu pense que tu não me amas, porque eu sei que me amas. É isso que torna tudo isto tão difícil. Eu sei que me amas, e eu te amo também. E se as circunstâncias fossem diferentes, talvez pudéssemos ultrapassar tudo isto. Mas neste momento, acho que não podemos. Não acho que estejas pronto ainda.

Jack sentiu como se tivesse levado um murro no estômago. Ela olhou diretamente para ele, fitando-o nos olhos.

- Não sou cega, Jack. Eu sabia porque é que ficavas tão silencioso quando não estávamos juntos. Sabia porque que tu querias que eu me mudasse para aqui.

- Era porque sentia a tua falta - interpôs ele.

- Isso era parte da razão... mas não toda - disse Kate, fazendo uma pausa e pestanejando para reter as lágrimas. A sua voz começou a falhar. - É também por causa de Sarah.

Ela limpou rapidamente o canto do olho, lutando claramente contra as lágrimas, determinada a não deixar-se ir abaixo.

- Quando me falaste dela pela primeira vez, reparei na tua expressão... era óbvio que ainda a amavas. E ontem à noite - apesar da tua raiva - reparei na mesma expressão de novo. Mesmo depois de todo o tempo que passámos juntos, ainda não a esqueceste. E depois... as coisas que disseste... - Ela respirou fundo, irregularmente. - Não ficaste zangado simplesmente porque eu encontrei as cartas, ficaste zangado porque sentiste que eu ameaçava aquilo que tu e Sarah partilhavam, e ainda partilham.

Jack desviou o olhar, ouvindo o eco da acusação do seu pai. Mais uma vez ela estendeu o braço e tocou-lhe a mão.

- Tu és o que és, Jack. És um homem que ama profundamente, mas és também um homem que ama para sempre. Por mais que me ames, não acho que sejas capaz de alguma vez esquecê-la, e eu não posso viver a minha vida sempre a interrogar-me se estou à altura dela.

- Nós podemos tentar mudar isso - começou ele roucamente. - Quer dizer... eu posso tentar mudar isso. Eu sei que as coisas podem ser diferentes...

Kate interrompeu-o com um breve aperto na mão.

- Eu sei que acreditas nisso, e parte de mim também querer acreditar nisso. Se pusesses os teus braços à minha volta agora e implorasses para eu ficar, tenho certeza de que ficaria, porque acrescentaste algo à minha vida de que eu estava necessitada há muito tempo. E continuaríamos a viver tal como temos feito até aqui, ambos acreditando que tudo estaria bem... Mas não estaria, não vês? Porque da próxima vez que tivéssemos uma discussão... - Ela parou.


- Eu não posso competir com ela. E por mais que eu queira que a nossa relação continue, não posso deixar que isso aconteça, porque tu não deixas.

- Mas eu te amo.

Ela sorriu ternamente. Largando-lhe a mão, estendeu o braço e acariciou suavemente a face.

- Eu também te amo, Jack. Mas às vezes o amor não é suficiente.

Jack ficou calado quando ela terminou, o seu rosto estava pálido. No longo silêncio entre eles, Kate começou a chorar.

Inclinando-se para ela, ele pôs o braço à sua volta e abraçou-a, os braços fracos. Encostou a face contra o cabelo dela enquanto ela escondia o rosto no peito dele, com o corpo a estremecer enquanto chorava. Passou-se bastante tempo até Kate limpar a face e afastar-se dele. Olharam um para o outro e os olhos de Jack faziam um apelo mudo. Ela abanou a cabeça.

- Não posso ficar, Jack. Por mais que ambos queiramos que eu fique, não posso.

As palavras atingiram-no duramente. Jack sentiu subitamente a cabeça rodar.

- Não... - disse ele, quase a chorar.

Kate levantou-se, sabendo que tinha de partir antes que perdesse a coragem. Lá fora os trovões soavam estrondosamente. Segundos mais tarde, uma chuva leve e nublada começou a cair.

- Tenho que ir.

Pôs a bolsa no ombro e começou a dirigir-se para a porta da frente. Por um momento, Jack ficou muito desorientado para se mexer.

Por fim, aturdido, levantou-se e seguiu-a porta fora, agora com a chuva a cair regularmente. O carro alugado estava estacionado na entrada. Jack viu-a a abrir a porta, não conseguindo pensar em nada que pudesse dizer.

Sentada no lugar do motorista ela atrapalhou-se com as chaves durante um momento, por causa das lagrimas. Forçou um sorriso fraco quando fechou a porta. Apesar da chuva, desceu a janela para o ver melhor. Dando a volta à chave, sentiu o motor ganhar vida, frouxamente. Olharam um para o outro enquanto o carro aquecia.

A expressão dele ao olhar para ela quebrou-lhe todas as defesas, e tornou a sua resolução frágil. Durante apenas um instante ela quis voltar atrás. Queria dizer que aquilo que lhe dissera não era sério, que ela ainda o amava, que não deviam acabar daquela maneira. Seria fácil fazer isso, e pareceria tão certo...

Mas por mais que ela quisesse, não conseguiu obrigar-se a dizer as palavras.

Ele deu um passo em direção ao carro. Kate abanou a cabeça para o deter. Aquilo já era suficientemente doloroso.

- Vou sentir saudades , Jack - disse ela baixinho, sem ter certeza se ele podia sequer ouvir. Ela deu marcha re.

A chuva começou a cair com mais força: os pingos grossos e frios de uma tempestade de Inverno.

Jack permaneceu onde estava, paralisado.

- Por favor - disse ele roucamente, - não vá embora. - A sua voz era baixa, quase obscurecida pelo som da chuva.

Ela não respondeu.

Sabendo que começaria a chorar de novo se permanecesse mais tempo, ela fechou a janela.


Olhando por cima do ombro, começou a sair da entrada em marcha re. Jack pôs a sua mão sobre o capô quando o carro se começou a mover, e os seus dedos escorregavam ao longo da superfície molhada à medida que ele se afastava. Num instante o carro estava na rua, pronto para partir, o pára-brisas agitando-se de um lado para para o outro.

Com uma urgência súbita, Jack sentiu a sua última oportunidade sumir.

- Kate - gritou ele -, espera!

Com a chuva a cair com regularidade, ela não o ouviu. O carro já estava na rua. Jack correu até à rua, acenando com os braços para chamar a atenção. Ela pareceu não reparar.

- Kate! - gritou de novo. Ele estava agora no meio da estrada, correndo atrás do carro, os seus pés chapinhando através das poças que já tinham começado a formar-se. As luzes dos trovões piscaram durante um instante, depois mantiveram-se acesas quando o carro parou. A chuva e o nevoeiro redemoinhavam à sua volta, fazendo-o parecer uma miragem. Jack sabia que ela o vira no espelho retrovisor, se aproximar. Ainda havia uma oportunidade...

As luzes dos trovões subitamente apagaram-se e o carro avançou de novo, ganhando velocidade, acelerando mais depressa desta vez. Jack continuou a correr atrás do carro, perseguindo-o ao longo da rua. Os seus pulmões ardiam, mas continuou, competindo com uma sensação de futilidade. A chuva começou a cair em cascata, pingos de tempestade, encharcando-lhe a camisa e tornando difícil a sua visão.

Finalmente abrandou o passo, depois parou. O ar estava denso da chuva, e ele respirava com dificuldade. A camisa colada à pele, o cabelo tapava-lhe os olhos. Enquanto a chuva caía à sua volta, ele permanecia no meio da estrada, vendo o carro virar a esquina e a desaparecer de vista.
Mesmo assim não se mexeu. Ficou no meio da estrada durante muito tempo, tentando recuperar o fôlego, esperando que ela desse meia volta e voltasse para ele, desejando que não a tivesse deixado partir. Desejando mais uma oportunidade.

Ela tinha desaparecido.

Finalmente, algo o atingiu. Pela primeira vez, Jack percebera que nunca se sentira tão só.


No avião, Kate estava sentada com a sua bolsa ao colo. Tinha sido um dos últimos passageiros a embarcar, entrando para o avião apenas alguns minutos antes da partida.

Olhando através da janela, observava a chuva.

Estava anoitecendo e restavam apenas alguns minutos de uma luz cinzenta-pálida. As comissarias de bordo fizeram as suas últimas travessias pela cabine, certificando-se de que estava tudo em ordem, depois dirigiram-se para os seus lugares. As luzes da cabine piscaram e o avião começou a sua lenta marcha, afastando-se do terminal, virando na direção da pista.

O avião parou paralelamente ao terminal, esperando a autorização para a decolagem.

Distraidamente ela olhou para o terminal. Do canto do olho, viu uma figura solitária junto à janela do terminal, as mãos pressionadas contra o vidro.

Olhou com mais atenção. Seria possível?

Não podia dizer ao certo. As janelas esfumacadas do terminal, alem da chuva torrencial, obscureciam a sua visão. Se ele não estivesse tão perto do vidro, ela nem sequer teria reparado nele.

Kate continuou a olhar para a figura, sentindo a respiração presa na garganta.

Quem quer que fosse não se mexia.

Os motores rugiram. Ela sabia que restavam apenas alguns minutos. O portão ia ficando cada vez mais para trás à medida que o avião ia ganhando velocidade gradualmente.

Para a frente... em direção à pista... para longe de Wilmington...

Ela voltou a cabeça, esforçando-se por uma última olhada, mas era impossível dizer se a pessoa ainda lá estava.

Enquanto o avião rodava na pista para a posição final, ela continuava a olhar para a janela, perguntando a si mesma se o que ela vira tinha sido real ou se o tinha imaginado. O avião virou bruscamente, girando e por fim decolou.Espreitando por entre as lágrimas, Kate viu surgir Wilmington.


Da sua janela tudo o que podia ver agora era o oceano, o mesmo oceano que os juntara.

Ela pôs a mão contra o vidro e tocou-o suavemente, imaginando o tato da mão dele mais uma vez.

- Adeus - murmurou ela.

Silenciosamente começou a chorar.



CONTINUA...

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