segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

A Twist of Faith - Capitulo 3


Capitulo 3

Uma musica calma era ouvida ao longe. Kate conseguiu abrir os olhos e depois de alguns segundos ela entendeu que era seu celular.

Devagar, ela alcancou a bolsa. Tom.

- Kate! onde voce anda? Liguei pro escritorio e voce nao foi trabalhar e nada de atender esse celular...voce esta bem?

- Tom...

Nao conseguiu dizer mais nada. Caiu no choro.

- Kate, voce esta em casa?

Ele apenas ouvia os solucos dela.

- Kate por favor...voce esta me deixando nervoso.

- Sim...por favor Tom...me deixa.

Ela desligou o telefone.

Em menos de 10 minutos, Tom entrava pelo apartamento dela. Ele tinha a copia da chave. Nem sabia como tinha chegado ate ali.

Ao ve-la jogada na cama sentiu um aperto no coracao. Ela estava encolhida em posicao fetal, nos bracos ele notou alguns hematomas e o lencol da cama tinha sangue. Ele sentou-se na cama devagar. Acariciou o cabelo dela e falou macio.

- Hey, Kate...o que aconteceu? Fala comigo.

Enquanto passava as maos pelos cabelos dela, ele pode observar outros detalhes. A roupa amarrotada e suja, um cheiro de suor e sangue, uns chupoes na area do pescoco e a concentracao de sangue entre as pernas. Tom nem precisou perguntar para deduzir o que tinha acontecido.

- Quem fez isso com voce?

Ela voltou a chorar. Ele a puxou para si e a acalentou tal como se faz com uma crianca apos um pesadelo.

- Querida precisamos te levar a policia, voce precisa fazer exame de corpo delito.

- No please...

- Voce precisa...para o seu bem.

Tom arumou-a da melhor maneira possivel e carregou-a ate o seu carro. Kate estava apatica olhando perdida para o horizonte.


Delegacia de Policia


Tom chega com ela nos bracos a procura do delegado.

- O que houve?

- Ela foi vitima de estupro precisamos fazer corpo delito.

- Ok, traga ela aqui na sala de coleta.

Tom acompanhou o policial e deitou Kate sobre a maca. Uma policial entrou para examina-la e fazer a coleta enquanto o outro policial dava a Tom as fichas para preencher o boletim de ocorrencia.

Depois de finalizado o exame, Tom ajeitou Kate e a sos tentou arrancar alguma informacao dela.

- Kate voce pode me dizer quem fez isso? Eu preciso de informacao...

Ela apenas balancava a cabeca negativamente. Ele levantou o rosto dela a altura do seu e fitou os olhos verdes agora demasiadamente tristes.

- Eu sei que doi, que voce nao quer faar no assunto e que provavelmente ele te ameacou, mas precisamos lutar contra ele. Foi o Sawyer? Por favor, responda....

Ela instintivamente abracou Tom e chorou.

- Ele ...me ...ameacou...Tom, eu nao...

- Xiiii...tudo bem.

Ele beijou a testa dela e a abracou mais uma vez. Suspirando fundo, Kate quebrou o abraco.

Tom concentrou-se em dar o maximo de informacao que pudesse para que a policia pudesse pegar o canalha do Sawyer. Ao terminar de escrever, ele entregou ao policial e fez uma breve descricao de Sawuer para a policia. Depois de mais algumas perguntas, eles foram liberados e assim que tivessem mais informacoes entrariam em contato.

Eles deixaram a delegacia em seguida.

Apto de Kate

Ao retornar para casa, Tom pediu a Kate que fosse tomar um banho e tentasse relaxar enquanto ele preparava alguma coisa para comer. Ela se dirigiu ao quarto.

Apos colocar agua para ferver e fazer cha, ele passou geleia em algumas torradas. Nao queria que ela comesse nada pesado porque ja seria dificil faze-la se alimentar. Terminando na cozinha, ele resolveu checar como ela estava.

Nao tinha sinal dela no quarto mas ele podia ouvir o chuveiro ligado. Cuidadosamente, ele abriu a porta do banheiro para ver se estava tudo bem. Ela estava sentada no chao do box, sentindo a agua cair no corpo.

- Kate...tudo bem?

Nada. Ela continuava parada. Ele retirou a camisa e os sapatos. Abriu a porta do box e a suspendeu. Calmamente ele lavou-a com sabonete e shampoo. Ele estava se sentindo um lixo, impotente diante da situacao e de tamanha tristeza. Odiava Sawyer. Sua vontade era de mata-lo!

Terminado no chuveiro, ele a secou e vestiu uma camisola limpa. Ela deitou-se na cama.

Tom voltou da cozinha com o cha e as torradas e com paciencia tentou faze-la comer. Com muito esforco ela tomou meia xicara de cha e comeu duas torradas. Ele sempre tentava manter uma conversa com ela mas Kate estava monossilabica. Depois de recolher tudo ele ligou o ar condicionado e cobriu-a com o edredon.

- Procure descansar um pouco ta?

Ao sair do quarto, ele apagou a luz. Ela reagiu instantaneamente.

- Tom, deixe a luz acesa...

- Ok, vou estar na cozinha.

Enquanto Tom se maldizia pensando em tudo o que esse canalha podia ter feito com ela e tambem pensando nas consequencias traumaticas que isso poderia causar a ela, ele pegou o celular e ligou para Gabi.

- Alo.

- Gabi e o Tom.

- Oi, o que voce manda?

- Aconteceu algo terrivel com Kate, ela foi violentada.

- Oh meu deus! Como ela esta?

- Esta em choque. Olha Gabi preciso que voce avise que ela nao ira trabalhar diga que esta doente e amanha eu consigo um atestado medico. Ela provavelmente ficara afastada por um tempo.

- Ok, entendi...como uma coisa dessas acontece a Kate? Nao consigo imaginar... voces ja foram a policia?

- Ja, levei ela para fazer o exame e ja dei parte do safado.

- Ela consegue se lembrar de como ele era?

Tom suspira.

- Essa e a pior parte. Foi o Sawyer.

- Oh,deus! Tom me ligue se precisar de qualquer coisa ok?

- Ok, tks!

Ao desligar, ele ouviu uma voz fraca o chamando. Ele foi ate o quarto.

- O que foi, Kate?

- Fica comigo ate eu adormecer...tenho medo que ele volte....

Tom se aproximou da cama. Levantou o edredon e enfiou-se por baixo das cobertas. Abracou-a contra o seu corpo.

- Durma Kate...eu vou ficar aqui...nada vai acontecer com voce. Apenas feche os olhos.

Ela o obedeceu e mesmo com todo o cansaco e estresse sofridos, ela so adormeceu uma hora depois.

*********

- Naoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo!!!

Tom derrubara a caixa de leite tamanho fora o grito. Correu ate o quarto e encontrou Kate acordada e suada aos prantos. Ele a abracou.

- Calma...foi apenas um sonho ruim...ta tudo bem.

Ela precisou de meia hora para se acalmar.

Naquela manha, Tom cancelou todas as sua consultas e arranjou um colega para cobrir seu plantao a noite. Ele nao a deixaria sozinha.

Durante o dia, ele se preocupou em mante-la acordada e alimentada. A noite, Gabi veio ao apartamenteo e ficou com ela para que Tom pudesse ir em casa buscar alguma muda de roupa. Ele tambem se preocupou em trazer o seu notebook e algumas coisas de higiene pessoal. Estava disposto a morar com ela ate que ela se sentisse segura novamente para estar sozinha.

Ao voltar, trouxe consigo um atestado dando um mes de licenca a Kate. Gabi se encarregaria de leva-lo ao escritorio. Tambem trouxe o contato de uma amiga psicologa, ela precisaria de orientacao.

Tom decidiu refazer sua vida em funcao da dela. Sua agenda foi mudada. Informara aos pacientes que estava tirando ferias por problemas pessoais.

Naquela mesma noite, Kate acordara sobressaltada varias vezes, ela lutava com todas as suas forcas para nao dormir pois o pesadelo a assombrava durante o sono.

Durante duas semanas inteiras, Kate acordava chorando e gritando. Era sempre o mesmo pesadelo, ela revivia cada momento de angustia. Tom pediu a Dra. Wilder que viesse consulta-la em casa mas Kate pouco se abria.

Tom recebeu um telefonema do policial sobre o caso. Segundo ele, todos os records da policia com o nome Sawyer apontavam para um senhor de idade por volta de uns 50 anos e nao se assemelhava nem um pouco com a descricao dada pela vitima. A amostra do semen tambem fora insuficiente para constatar qualquer traco e avaliar o DNA. Tom quase chora ao ouvir essa explicacao. Depois de submenter sua amiga a tal exposicao ainda nao conseguira resolver o problema e por o bastardo na cadeia. Decidiu nao comentar nada com Kate ainda, ela estava comecando a reagir e nao queria atrapalhar esse momento.

Foi assim durante mais de um mes, consolando Kate sempre que ela acordava assustada, tendo certeza de que ela se alimentava, procurando aos poucos traze-la de volta a vida normal. Ele se revessava com a Gabi e juntos mantinham a amiga protegida.

Kate voltou a conversar com mais frequencia, Gabi foi quem a fez sorrir pela primeira vez depois do ocorrido com uma situacao engracada que ela passou com um cara abusado. Isso significou muito para os dois. Ela agora ja levantava para tomar cafe e assistir tv na sala com Tom.

Aos poucos, a vida voltava aos trilhos.

Dois meses depois...

Tom tinha ido ao mercadinho da esquina comprar leite condensado e banana. Kate inventara que queria fazer uma torta e como era a primeira vez que ela manifestara esse tipo de vontade, ele nao exitou.

Ao voltar para o apartamento, estranhou nao encontrar Kate na cozinha. O panico tomou conta dele.

- Kate! Kate! Cade voce?

Ele correu para o quarto. Ao entrar, encontrou-a sentada no chao com a cabeca apoiada no vaso sanitario.

- O que aconteceu?

Mal ela olhou pra ele, voltou-se ao vaso e provocou novamente. Ele segurou o cabelo dela ajudando-a. Alguns minutos depois, sentindo-se melhor, ela resolveu se levantar. foi ate a pia e lavou a boca e escovou os dentes.

- Voce nao vai me contar?

- Eu estava na cozinha separando os ingredientes da torta e de repente senti um enjoo e so deu tempo de correr ate aqui.

Tom a observava com cuidado, respirou fundo. Ele talvez tivesse uma ideia do que poderia estar acontecendo.

- Voce trouxe a banana?

- Sim, esta na mesa da cozinha.

Ela saiu do banheiro e comecou a preparar a torta. Quando terminou de arrumar o prato e colocou no freezer, o cheiro de comida congelada chegou a sua narina e correndo ela chegou ao banheiro para novamente provocar.

- Kate voce precisa fazer um exame...

- Nao deve ter sido algo que comi...

- Kate voce nao tem mais nada no estomago, amanha mesmo te levarei pra fazer um exame de sangue e um ultrasom.

- Ah, Tom deixa disso. Eu estou bem...

- Kate, voce nao fez um exame depois de....do que ocorreu.

Kate congelou ao ouvir o que ele disse.

- Voce ira comigo fazer exames e estou falando como seu medico, ok?

Ele olhou pra ela com carinho. Ela balancou a cabeca em acordo.



CONTINUA...

Nenhum comentário: